A resposta é simples: não existem milagres para a ciência. O que acontece é que se em algumas pessoas um medicamento reagiu bem, não quer dizer que para todas as outras pessoas isso seja verdade.
Cada pessoa reage a uma droga de uma maneira. O sistema imunológico, ou seja, a sua defesa pode estar mais ou menos preparada. O metabolismo de cada um é uma caixinha de surpresas, esto é, os efeitos colaterais, absorção ou eliminação do medicamento é diferenciada. Tudo em um determinado indivíduo é diferente de um outro.
Para que um medicamento seja realmente aceito, precisa-se fazer estudos clínicos sérios, estudos estatísticos bem fundados e ter mais de uma referência que tenha comprovado tal eficácia.
Não é tão fácil liberar um medicamento para uso médico e em hospitais, ainda mais em meio a uma pandemia onde se trabalham com números imensos. Considerando até o ponto de vista ético, nem seria um bom momento para o caso de estudos clínicos. Usar populações vulneráveis é uma prática de pesquisa muito delicada e complexa.
Por isso, e muito mais, a cloroquina pode ser bem aceita por alguns pacientes e nem em todos, teria-se que estudar a fundo por um período mais longo que 3 meses ou um pouco mais, ainda que fosse um período maior, 1 ano, mesmo assim seria um estudo enviesado pelos motivos tratados acima.
Portanto, não saia comprando o anti-malárico em questão, pois é utilizado por muitos pacientes acometidos de lúpus. A cloroquina ou a
hidroxicloroquina são princípios ativos que amenizam os sintomas dessa doença. Essas pessoas precisam usar esse remédio diariamente sob pena de terem feridas, dores, queimação na pele do corpo todo, mais comumente do rosto.
Você gostaria de ter uma doença complexa e difícil de tratar e não conseguir comprar o medicamento na farmácia pela desinformação e desespero da população que só por ter ouvido dizer que supostamente essa droga curaria o COVID-19 a comprou para estocagem sem menor sentido, para prevenção desse vírus?
Conciência não é algo muito difícil de se ter, basta ter a cultura de se informar antes de se desesperar.
Se ao acaso você comprou esse medicamento, não use sem consulta de um médico. Faça o seguinte: doe para um amigo que precise ou doe a um hospital ou simplesmente de forma honesta devolva-o para a farmácia em que foi comprado.
Com isso você ajudará a vários doentes que precisam mesmo da medicação a não sofrerem por sua falta.
Saiba mais sobre a cloroquina e o COVID-19:
Nature:
Remdesivir and chloroquine effectively inhibit the recently emerged novel coronavirus (2019-nCoV) in vitro:
https://www.nature.com/articles/s41422-020-0282-0
Insights from nanomedicine into chloroquine efficacy against COVID-19:
https://www.nature.com/articles/s41565-020-0674-9
ANVISA:
COMUNICADO À IMPRENSA:
NOTA TÉCNICA:
Professora Cristiana de Barcellos Passinato
http://lattes.cnpq.br/4511971498276781
Doutoranda em Química Biológica com ênfase em Educação, Gestão e Difusão em Biociências, no IBqM-UFRJ. Especialista em Acessibilidade Cultural do Depto de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da UFRJ. Mestre em Ciências, Ensino de Química do PEQui do IQ-UFRJ. Especialista em Políticas Públicas e Projetos Socioculturais em Espaços Escolares do CESPEB da Faculdade de Educação da UFRJ. Professora Docente I Coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (NAPES) da Diretoria Regional Metropolitana III da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) – núcleo ligado à Coordenadoria de Diversidade e Inclusão Educacional. Técnica em Química lotada na Direção do IQ-UFRJ. Atualmente é a TAE responsável pelo Setor de Acessibilidade do IQ-UFRJ, representante do IQ-UFRJ no Fórum Permanente UFRJ Acessível & Inclusiva, Ex-presidente da Câmara responsável pelos assuntos acadêmicos desse mesmo Fórum e atua como docente credenciada ao CEEQuim (Curso de Especialização em Ensino de Química) do IQ-UFRJ. Pesquisadora do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPe) do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE). Também responsável pelas redes sociais do IQ-UFRJ
Parabéns boas informações
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Obrigada
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