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Archive for março \29\-03:00 2020


5dfd525abab289e7289a993bd811a622Nesses dias sombrios de pandemia de COVID-19 todos estão falando de como prevenir a gripe, sendo que não se sabe realmente se esse vírus causa uma gripe propriamente dito. Isso ocorre por conta dos seus sintomas muito similares e por atingir as vias respiratórias muito severamente causando sérios episódios de falta de ar, inclusive a ponto de a pessoa precisar de ventilação pulmonar ou mesmo ser hospitalizada e ser entubada em UTI (em sistema de isolamento, em quarentena).

Pesquisas científicas da área médica vêm surgindo e sendo divulgadas desenfreadamente por conta da pandemia. Esses estudos descrevem que o COVID-19 está acometendo boa parte da população mundial é que se trata de uma nova cepa de coronavírus – classe de vírus em forma de coroa (corona significa coroa em espanhol) que se conhece e estuda desde 1960. Sim, ele é conhecido por ser o vírus da gripe, aquela que ocorre nos invernos mais intensos. Só que essa nova variação genética (linhagem) que está causando esse alarde todo e tantas mortes. Não se conhece ao certo sua estrutura genética nem seus mecanismos de ataque e os nossos de defesa a essa nova ameaça microscópica. Para isso nos protegemos de forma muito básica: com higiene e prevenção, reforçando as defesas com boa alimentação e tomando mais vitaminas que reforçam nosso sistema imunológico.

Tocando no assunto da higiene básica pessoal e de ambientes, muito se cogitou da eficácia do uso do álcool 70 % em gel para as mãos e braços se encostássemos em alguma superfície que pudesse estar contaminada fora de nossa casa. O álcool passou a ser um utensílio de bolsas, mochilas para que fosse usado a tiracolo, pois emergencialmente quando ao acaso pudéssemos ser atingidos por gotículas de saliva provindos dos espirros ou tosse de quem estivesse perto em ambientes que formam aglomerações, tais como: coletivos, salas de aula, repartições públicas, bancos, etc. Porém o procedimento que demonstra ser mais eficaz é a lavagem das mãos, sendo feita de forma correta, com água e sabão neutro como já se vem exacerbadamente falando em todos os veículos de comunicação.

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A grande dúvida é quanto ao ambiente em que fica o indivíduo infectado e aos objetos que ele toca, roupas que usa. Além da água e sabão muito se pergunta se a água sanitária também é eficaz contra o coronavírus, sendo que esse é um produto bastante usado até na desinfecção de ambientes contaminados pelo HIV, vírus da AIDS, um dos mais perigosos e nocivos que até então havíamos conhecido, por exemplo.

O COVID-19 apesar de altamente contagioso e perigoso – principalmente ao grupo de risco que é formado pelos idosos e alguns doentes crônicos de algumas doenças autoimunes – ele não se mostra resistente aos principais produtos de limpeza, e a altas temperaturas fora de organismos vivos. Ele não resiste. Isso não é diferente com a água sanitária.

O que se recomenda pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e Ministério da Saúde: usa-se primeiro solução de água e sabão para limpeza dos ambientes supostamente contaminados, depois para desinfecção completa, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina que se pode utilizar a solução diluída de água sanitária.

A dúvida que resta seria sobre qual a solução ideal e que proporções usadas a partir da água sanitária comercial.

Primeiro precisamos saber a concentração da água sanitária comercial usualmente vendida no mercado. Uma vez sabendo essa concentração partimos para pesquisa de qual o percentual de água sanitária diluída devemos tomar como eficiente no caso da desinfecção de ambientes infectados. Por fim sabermos quanto de água pura devemos utilizar para misturarmos à água sanitária comercial para essa solução final. É importante salientar que a água precisa ser pura, ou seja, filtrada, mineral ou fervida e resfriada para ser usada em temperatura ambiente.

Vamos falar um pouco da química da água sanitária antes de ir à receita da solução diluída desinfetante? Afinal estamos falando de ciência também, apesar de estar em casa e em hospitais, não é?

Então, todo mundo conhece a água sanitária por seu apelido: “cloro”. Quem nunca disse um dia: “Vou passar cloro na casa inteira”? Só que não é bem assim que se fala quimicamente. O cloro (Cl) é um elemento químico que faz parte da fórmula do hipoclorito de sódio (NaClO). Cloro na realidade é o nome de um gás. Dito isso, é importante esclarecer que o cloro molecular apresenta-se na forma diatômica (2 átomos de cloro ligados por uma ligação covalente), o Cl2 que se apresenta na natureza na forma de vapor e é pouco solúvel em água (uns 6,5 g de cloro por litro de água a 25 °C) e por esse motivo o uso do sal citado.

O hipoclorito de sódio* em solução aquosa é o que chamamos de “água sanitária”. Ao ser dissolvido em água ocorre a ionização desse sal (fenômeno que causa a separação dos íons que formam essa substância eletrostática, efetuando ligações dessa natureza e em seguida vêm a se unir formando retículo cristalino). Em solução, o íon hipoclorito é que realmente age como desinfetante e não o cloro.

*NaOCl — como esses símbolos indicam, é composto pelos elementos sódio (Na), oxigênio (O) e cloro (Cl). Nessa solução, o íon hipoclorito dissolvido (OCl-) pode se separar ainda em íon cloreto (Cl-) e oxigênio (O), conforme o pH (medida de acidez) do meio e também pode se combinar a um hidrogênio e formar o ácido hipocloroso (HClO) ou, ainda, se recombinar para a formação de cloro elementar (Cl2 — o gás que já falamos lá em cima, lembra?) (Fonte: Guia dos Entusiastas em Ciências)

Ok, mas qual a solução que se pode usar para desinfecção de ambientes, então?

Considera-se que, segundo o Manual de Águas Sanitárias da PACHA: concentração da água sanitária varia de 2 a 2,5% de cloro ativo (20 a 25 g/l).”, o que segundo a RDC 110, DE 6 DE SETEMBRO DE 2016 (ANVISA) é a concentração indicada para uso em bancadas, porém os médicos em caso de uso domiciliar têm recomendado esse produto na forma diluída, como se pode perceber na fala do infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Dr. Mateus Westin: “No caso da água sanitária, Westin ressalta que o produto deve ser diluído em água comum. A recomendação é diluir 200mL de água sanitária 2,5% (concentração comercial) em 5L de água – isso gera uma solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) à 0,1%. “Foi essa concentração que se mostrou eficaz nos estudos prévios e que, possivelmente, também é eficaz para a atual variante MERS-cov2”, informou.“ (Fonte: Estado de Minas Gerais).

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Baixe aqui a cartilha produzida pela prefeitura de Contagem – BG

Veja também o meu texto Gerson Mól, docente da UnB e presidente da Sociedade Brasileira de Ensino de Química (SBEnQ):

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Boletim da SBEnQ 004 – A Química contra a pandemia do Coronavírus (COVID-19) Água sanitária na desinfecção e descontaminação de roupas e superfícies Nesses dias de pandemia de COVID-19 a preocupação com a limpeza dos ambientes e riscos de contaminação tem sido tema de conversas com frequência muito maior. O que já se conhece sobre os mecanismos de ataque dos vírus e nosso sistema de defesa aponta para uma medida muito básica: a higiene preventiva. Nesse contexto, atualmente, ganharam maior destaque o sabão, velho conhecido da humanidade, e o álcool 70%. A contaminação de roupas e superfícies é uma preocupação constante e traz à tona um outro produto químico bem conhecido: a água sanitária. Muitas pessoas têm feito a pergunta: a água sanitária também é eficaz no combate ao coronavírus? A resposta é SIM. A água sanitária é um produto bastante utilizado na desinfecção de ambientes contaminados por diferentes vírus, entre os quais o temido HIV, causador da AIDS, um dos mais perigosos e nocivos conhecidos até hoje. A recomendação da Organização Mundial da Saúde – OMS e do Ministério da Saúde – MS é primeiramente usar solução de água e sabão para limpeza de ambientes. Depois dessa limpeza, para desinfecção completa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA determina que se deve utilizar a solução diluída de água sanitária. Resta a dúvida: qual a solução ideal? Como preparar essa solução em casa, usando água sanitária comercial? Se estivéssemos em um laboratório ou falando com químicos, poderíamos propor uma série de questões e cálculos para se produzir uma mistura mais precisa. Mas este boletim não é destinado a químicos, mas sim a pessoas que não fazem parte desse meio técnico. A água sanitária é uma solução de hipoclorito de sódio (NaClO) dissolvido em água. Essa substância se decompõe e libera, entre outras substâncias, o gás cloro (Cl2) que dá um cheiro característico à água sanitária. A presença do íon hipoclorito e do gás cloro conferem a ela ação bactericida (combate diferentes micro-organismos e também vírus), alvejante (branqueamento) e desodorizante (elimina cheiros). Continua no comentário a seguir…

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Ainda cabe um alerta:

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O produto só serve como substituição na hora de lavar paredes, vidros e pisos. NUNCA passe água sanitária no corpo!

 

Professora Cristiana de Barcellos Passinato

http://lattes.cnpq.br/4511971498276781

Doutoranda em Química Biológica com ênfase em Educação, Gestão e Difusão em Biociências, no IBqM-UFRJ. Especialista em Acessibilidade Cultural do Depto de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da UFRJ. Mestre em Ciências, Ensino de Química do PEQui do IQ-UFRJ. Especialista em Políticas Públicas e Projetos Socioculturais em Espaços Escolares do CESPEB da Faculdade de Educação da UFRJ. Professora Docente I Coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (NAPES) da Diretoria Regional Metropolitana III da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) – núcleo ligado à Coordenadoria de Diversidade e Inclusão Educacional. Técnica em Química lotada na Direção do IQ-UFRJ. Atualmente é a TAE responsável pelo Setor de Acessibilidade do IQ-UFRJ, representante do IQ-UFRJ no Fórum Permanente UFRJ Acessível & Inclusiva, Ex-presidente da Câmara responsável pelos assuntos acadêmicos desse mesmo Fórum e atua como docente credenciada ao CEEQuim (Curso de Especialização em Ensino de Química) do IQ-UFRJ. Pesquisadora do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPe) do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE). Também responsável pelas redes sociais do IQ-UFRJ

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Clipboard01A resposta é simples: não existem milagres para a ciência. O que acontece é que se em algumas pessoas um medicamento reagiu bem, não quer dizer que para todas as outras pessoas isso seja verdade.

Cada pessoa reage a uma droga de uma maneira. O sistema imunológico, ou seja, a sua defesa pode estar mais ou menos preparada. O metabolismo de cada um é uma caixinha de surpresas, esto é, os efeitos colaterais, absorção ou eliminação do medicamento é diferenciada. Tudo em um determinado indivíduo é diferente de um outro.

Para que um medicamento seja realmente aceito, precisa-se fazer estudos clínicos sérios, estudos estatísticos bem fundados e ter mais de uma referência que tenha comprovado tal eficácia.

Não é tão fácil liberar um medicamento para uso médico e em hospitais, ainda mais em meio a uma pandemia onde se trabalham com números imensos. Considerando até o ponto de vista ético, nem seria um bom momento para o caso de estudos clínicos. Usar populações vulneráveis é uma prática de pesquisa muito delicada e complexa.

Por isso, e muito mais, a cloroquina pode ser bem aceita por alguns pacientes e nem em todos, teria-se que estudar a fundo por um período mais longo que 3 meses ou um pouco mais, ainda que fosse um período maior, 1 ano, mesmo assim seria um estudo enviesado pelos motivos tratados acima.

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Portanto, não saia comprando o anti-malárico em questão, pois é utilizado por muitos pacientes acometidos de lúpus. A cloroquina ou a

hidroxicloroquina são princípios ativos que amenizam os sintomas dessa doença. Essas pessoas precisam usar esse remédio diariamente sob pena de terem feridas, dores, queimação na pele do corpo todo, mais comumente do rosto.

Você gostaria de ter uma doença complexa e difícil de tratar e não conseguir comprar o medicamento na farmácia pela desinformação e desespero da população que só por ter ouvido dizer que supostamente essa droga curaria o COVID-19 a comprou para estocagem sem menor sentido, para prevenção desse vírus?

Conciência não é algo muito difícil de se ter, basta ter a cultura de se informar antes de se desesperar.

Se ao acaso você comprou esse medicamento, não use sem consulta de um médico. Faça o seguinte: doe para um amigo que precise ou doe a um hospital ou simplesmente de forma honesta devolva-o para a farmácia em que foi comprado.

Com isso você ajudará a vários doentes que precisam mesmo da medicação a não sofrerem por sua falta.

Saiba mais sobre a cloroquina e o COVID-19:

Nature:

Remdesivir and chloroquine effectively inhibit the recently emerged novel coronavirus (2019-nCoV) in vitro:

https://www.nature.com/articles/s41422-020-0282-0

Insights from nanomedicine into chloroquine efficacy against COVID-19:

https://www.nature.com/articles/s41565-020-0674-9

ANVISA:

COMUNICADO À IMPRENSA:

http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/Perguntas+e+respostas_COVID+19+Ascom.pdf/f2819214-f3f1-45db-9a42-de858593d098

NOTA TÉCNICA:

http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/Nota+Te%25C2%25B4cnica+sobre+Cloroquina+e+Hidroxicloroquina.pdf/659d0105-60cf-4cab-b80a-fa0e29e2e799

Professora Cristiana de Barcellos Passinato

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Doutoranda em Química Biológica com ênfase em Educação, Gestão e Difusão em Biociências, no IBqM-UFRJ. Especialista em Acessibilidade Cultural do Depto de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da UFRJ. Mestre em Ciências, Ensino de Química do PEQui do IQ-UFRJ. Especialista em Políticas Públicas e Projetos Socioculturais em Espaços Escolares do CESPEB da Faculdade de Educação da UFRJ. Professora Docente I Coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (NAPES) da Diretoria Regional Metropolitana III da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) – núcleo ligado à Coordenadoria de Diversidade e Inclusão Educacional. Técnica em Química lotada na Direção do IQ-UFRJ. Atualmente é a TAE responsável pelo Setor de Acessibilidade do IQ-UFRJ, representante do IQ-UFRJ no Fórum Permanente UFRJ Acessível & Inclusiva, Ex-presidente da Câmara responsável pelos assuntos acadêmicos desse mesmo Fórum e atua como docente credenciada ao CEEQuim (Curso de Especialização em Ensino de Química) do IQ-UFRJ. Pesquisadora do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPe) do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE). Também responsável pelas redes sociais do IQ-UFRJ

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Clipboard01Conhece-se diversas receitas de sabão em barra e líquido na internet. Nas escolas é muito comum professores utilizarem essa prática com alunos em laboratórios didáticos. Porém muito ainda se duvida da qualidade dessa produção. Não se estabelece um conjunto de boas práticas de fabricação em casa, não se têm os mesmos recursos e condições, a qualidade da matéria-prima pode ser também questionável. Realmente, não se produz como nas indústrias, nem mesmo a quantidade que é bem mais reduzida.

Porém, a qualidade do produto caseiro também é boa. Portanto, diante de uma crise imensa que pode chegar com a falta de produtos de limpeza ou uso de higiene pessoal, há possibilidade de famílias criarem uma pequena produção caseira desse produto.

Os sabões são os principais inimigos do Coronavírus (COVID-19). Os sabões têm propriedades que interagem com a capa gordurosa que protege o material de DNA do vírus causando sua destruição. Isso porque ele dentro do organismo, ele sobrevive, mas fora dele, o vírus é bastante frágil a temperaturas altas e ao sabão. O álcool 70% (70º GL – Gay-Lussac) também é eficaz, mas as diversas formas de solução de álcool antisséptico, o de 70% p/p (70º INPM – Instituto Nacional de Pesos e Medidas) estão ficando cada dia mais escassas e não sendo mais encontradas no mercado.

Leia também o texto sobre o assunto que eu e o professor Dr Gérson Mól da UnB e presidente da SBEnQ (Sociedade Brasileira de Ensino de Química) produzimos juntos:

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Boletim da SBEnQ 003 – A Química contra a pandemia do Coronavírus (COVID-19) Sabão Nesse momento em que se fala tanto de higiene como forma de prevenção à contaminação com o Coronavírus é até difícil imaginar que antes não existia sabão. No entanto, a produção de sabão é uma tecnologia muito antiga, pois há indícios de que os babilônios já o produziam, por volta de 2.800 a.C., conforme receita gravada em cilindros de argila que previa a fervura da mistura de cinza e gordura. A eficiência do sabão está relacionada às moléculas que possuem uma parte com carga, que se liga a água, e uma parte sem carga, que se liga a sujeiras como graxas que não saem só com água. Essas moléculas formam micelas que permitem a remoção de sujeiras que não sairiam só com água. No entanto, apesar do sabão ser um velho conhecido, o banho não era comum como é hoje. Na Idade Média, “A rainha Isabella (1451-1504) da Espanha orgulhava-se de ter tomado apenas dois banhos em toda a sua vida: um quando nasceu e outro no dia de seu casamento. Já a rainha Elizabeth I (1558-1603) da Inglaterra era uma entusiasmada banhista. Precisasse ou não, tomava um banho a cada três meses. […] O ato de tomar banho com sabão e água aconteceu graças ao Movimento Sanitário iniciado em Londres como resposta à sujeira onipresente — aos poucos reconhecida como uma das causas de cólera e de febre tifóide.” (http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc02/quimsoc.pdf) Muitos de nossos pais e avós faziam sabão a partir de sebos e gorduras, sendo essa uma prática às vezes ainda realizada em aulas de Química. Nesse momento da pandemia, lavar as mãos é um ato que está em moda, por ser um ato básico que dificulta a contaminação com o Coronavírus (COVID-19). Os sabões são os principais inimigos do Coronavírus porque a parte apolar das moléculas interage com a capa gordurosa que protege o ácido desoxirribonucleico (chamado de DNA) do vírus que infecta as células e causa problemas de saúde que podem evoluir e levar até mesmo a morte. Ao quebrar a capa de proteção do DNA do vírus as moléculas de sabão causam também sua destruição. Apesar…

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Dito isso, sugerem-se receitas de sabão simples para serem produzidas e utilizadas em sua casa. Distribua na vizinhança, para amigos próximos, parentes e use com água para a limpeza de superfícies e até de seu corpo:

Preparando sabão líquido utilizando óleo de soja usado: https://www.youtube.com/watch?v=tCidHXtZ0Q8

Como fazer sabão líquido sustentável – eCycle:

https://www.ecycle.com.br/2405-sabao-liquido.html

Receita de sabão com óleo de cozinha usado – Funverde:

https://www.funverde.org.br/blog/projetos-funverde/receita-de-sabao-com-oleo-de-cozinha-usado/

Para saber mais sobre a composição química do sabão:

https://www.manualdaquimica.com/curiosidades-quimica/composicao-quimica-sabao.htm

Professora Cristiana de Barcellos Passinato

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Doutoranda em Química Biológica com ênfase em Educação, Gestão e Difusão em Biociências, no IBqM-UFRJ. Especialista em Acessibilidade Cultural do Depto de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da UFRJ. Mestre em Ciências, Ensino de Química do PEQui do IQ-UFRJ. Especialista em Políticas Públicas e Projetos Socioculturais em Espaços Escolares do CESPEB da Faculdade de Educação da UFRJ. Professora Docente I Coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (NAPES) da Diretoria Regional Metropolitana III da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) – núcleo ligado à Coordenadoria de Diversidade e Inclusão Educacional. Técnica em Química lotada na Direção do IQ-UFRJ. Atualmente é a TAE responsável pelo Setor de Acessibilidade do IQ-UFRJ, representante do IQ-UFRJ no Fórum Permanente UFRJ Acessível & Inclusiva, Ex-presidente da Câmara responsável pelos assuntos acadêmicos desse mesmo Fórum e atua como docente credenciada ao CEEQuim (Curso de Especialização em Ensino de Química) do IQ-UFRJ. Pesquisadora do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPe) do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE). Também responsável pelas redes sociais do IQ-UFRJ

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Clipboard01Todos sabem que em virtude da pandemia mundial a procura pelo álcool em gel começou a gerar falta nas prateleiras dos supermercados, farmácias e outros estabelecimentos comerciais por todo o nosso país. Com isso, a procura pelos outros tipos de álcool líquido (solução aquosa de diversas concentrações e em percentuais dos mais diversos) também aumentou, causando diversas dúvidas quanto às diluições e sobre a sua eficácia como desinfetante e se realmente “matam” o coronavírus (COVID-19). Esse fato também levou a falta do álcool hidratado no mercado. Então, se não temos o álcool o que fazer?

O que ocorre é que muitos esquecem que as orientações médica e sanitária oficiais, inclusive da OMS (Organização Mundial de Saúde) difundidas em diversos países do mundo é que se use uma solução muito simples que misturamos de forma muito intuitiva no nosso cotidiano em nossas mãos e corpo: a água e sabão.

Mas o sabão neutro e antisséptico preferencialmente foi pensado para as mãos, braços, antebraços (uso dermatologicamente aprovado). E para as superfícies e ambientes domiciliares pode-se usar outro tipo de produto? A resposta é SIM!

Para superfícies e ambientes na sua casa, calçadas, bem como nos corrimãos e maçanetas pode ser usada uma solução diluída de detergente.

Lembrando-me da graduação na UERJ, onde reparava e éramos estimulados a doar potes de detergente para serem diluídos, pensei em contribuir para orientação da população. Acredito estar contribuindo com uma dica importante em um momento de crise e falta de muitos produtos de limpeza nos mercados próximos a nós.

Lá onde estudei, nos laboratórios de graduação, usavam para cada litro de detergente para 10 litros de água destilada (que no caso do ambiente da sua casa poderia ser água filtrada ou se não houver filtro pode ser fervida – lembrando que antes de utilizá-la resfrie à temperatura ambiente). A pergunta: essa concentração de detergente não fica muito diluída?

Não! Eu quando usava essa solução, lembro-me que até espuma ela produzia. Era bem eficiente para lavagem de vidraria, bancadas e onde usássemos. A dúvida ainda permanece quanto ao poder antisséptico. Destrói o vírus ou não?

Para responder essa pergunta, como não sei tudo, fiz uma pesquisa na internet em manuais e protocolos, além de ouvir alguns vídeos de especialistas em virologia, médicos e profissionais de saúde (faça sempre isso e tire sua dúvida com um professore de química mais próximo, pode ajudar muito). Dentro deles, os autores que os elaboraram explicam que a fragilidade desse tipo de vírus (Coronavírus) aos sabões é grande, que a capa de gordura que o protege é facilmente destruída com sabões e detergentes. Contudo, atenção, alguns vírus podem ser mais resistentes aos detergentes, por isso esse tipo de produto é menos indicado para limpeza de ambientes, então se usa muito soluções cloradas, como a água sanitária, porém já é sabido que o COVID-19 é bastante frágil e os detergentes são eficientes para sua eliminação.

Nada foi encontrado quanto à concentração a ser usada, mas é coerente que possamos observar se a solução gera espuma, pois a espuma é um facilitador do processo dessa destruição da parede de gordura da capa que protege o vírus.

Deixo algumas sugestões de leitura de alguns manuais e protocolos encontrados nos links abaixo:

Melhores práticas para higiene limpeza em ambiente hospitalar –  Saúde: SP:

http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/infeccao-hospitalar/2019/ih19_manual_higiene.pdf

Manual de Biossegurança – FIOCRUZ:

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manual_biosseguranca-servicos_saude.pdf

Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies – ANVISA:

https://www.pncq.org.br/uploads/2018/Manual_Limpeza_e_Desinfeccao_2012_(1).pdf

Manual de Higienização e Limpeza – CONASS:

http://www.conass.org.br/liacc/manual-de-higienizacao-e-limpeza/

Leia também o texto sobre o assunto que eu e o professor Dr Gérson Mól da UnB e presidente da SBEnQ (Sociedade Brasileira de Ensino de Química) produzimos juntos:

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Boletim da SBEnQ 003 – A Química contra a pandemia do Coronavírus (COVID-19) Sabão Nesse momento em que se fala tanto de higiene como forma de prevenção à contaminação com o Coronavírus é até difícil imaginar que antes não existia sabão. No entanto, a produção de sabão é uma tecnologia muito antiga, pois há indícios de que os babilônios já o produziam, por volta de 2.800 a.C., conforme receita gravada em cilindros de argila que previa a fervura da mistura de cinza e gordura. A eficiência do sabão está relacionada às moléculas que possuem uma parte com carga, que se liga a água, e uma parte sem carga, que se liga a sujeiras como graxas que não saem só com água. Essas moléculas formam micelas que permitem a remoção de sujeiras que não sairiam só com água. No entanto, apesar do sabão ser um velho conhecido, o banho não era comum como é hoje. Na Idade Média, “A rainha Isabella (1451-1504) da Espanha orgulhava-se de ter tomado apenas dois banhos em toda a sua vida: um quando nasceu e outro no dia de seu casamento. Já a rainha Elizabeth I (1558-1603) da Inglaterra era uma entusiasmada banhista. Precisasse ou não, tomava um banho a cada três meses. […] O ato de tomar banho com sabão e água aconteceu graças ao Movimento Sanitário iniciado em Londres como resposta à sujeira onipresente — aos poucos reconhecida como uma das causas de cólera e de febre tifóide.” (http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc02/quimsoc.pdf) Muitos de nossos pais e avós faziam sabão a partir de sebos e gorduras, sendo essa uma prática às vezes ainda realizada em aulas de Química. Nesse momento da pandemia, lavar as mãos é um ato que está em moda, por ser um ato básico que dificulta a contaminação com o Coronavírus (COVID-19). Os sabões são os principais inimigos do Coronavírus porque a parte apolar das moléculas interage com a capa gordurosa que protege o ácido desoxirribonucleico (chamado de DNA) do vírus que infecta as células e causa problemas de saúde que podem evoluir e levar até mesmo a morte. Ao quebrar a capa de proteção do DNA do vírus as moléculas de sabão causam também sua destruição. Apesar…

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Galera,

Vamos esclarecer mais um dos mimimis de internet ok?

Então, o Coronavírus (que tem esse nome, pois a forma dele é de uma coroa e corona é coroa em espanhol) é conhecido desde a década de 60e o NOVO Coronavírus trata-se de uma cepa que o DNA foi sequenciado recentemente aqui no Brasil (uhuuu) e está começando a ser desmistificado.

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Aí vem um engraçadinho sensacionalista qualquer e fala a seguinte asneira (mais uma das quinhentas já postadas por aí): “HQ Asterix prevê o Coronavírus em quadrinhos”.

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Ah vá, me poupe, né?

Não gente! Não foi previsão, ele já era conhecido! Antes de disseminar a informação procura antes, lê, vê, por favor!

Fica a dica da “titia” Cris, ok?

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