É uma tentação irresistível levar a mão àquelas guloseimas como caramelos, pastilhas, bombons, etc. Como característica comum a esses produtos, eles têm aquela consistência cremosa mesmo passados dias e até meses da data de fabricação dos produtos. Essa propriedade deses doces se explica a partir da molécula de sacarose usada no processo de fabricação desses doces.
O açúcar comum, conhecido como sacarose, quando aquecido na presença de água passa por um processo chamado hidrólise: a sacarose (um dissacarídeo) se desdobra em dois açúcares simples (monossacarídeos) que a compõem: glicose e frutose. Quando esta reação ocorre com a adição de um ácido (HCl, em geral), o produto formado tem consistência xaroposa, sendo denominado açúcar invertido.
A palavra “invertido” provém de uma propriedade da sacarose, pois ela é capaz de inverter o plano da luz polarizada quando submetida à análise em um aparelho chamado polarímetro (isso porque a sacarose possui carbonos quirais). A sacarose gira a luz plano-polarizada para a direita, sendo por isso classificada como dextrógira. Já o xarope contendo glicose e frutose (ambas também contêm centros quirais) desvia a luz incidente para a esquerda, sendo classificada como levógiro. É isto que confere aquele recheio cremoso àquelas guloseimas irresistíveis!
Adaptado do blog de Raquel Zacarias (https://13moleculasapular.wordpress.com).
Publicado por Química Analítica Qualitativa Inorgânica UFRJ em Domingo, 6 de março de 2016
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