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Archive for março \18\-03:00 2014


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2014-03-11 19.29.24

Esse período de introdução à matéria que dou é sempre momento de dar espaço às falas dos alunos, buscar o seu currículo oculto e pesquisar o que se sabe ou não da disciplina, qual a ideia advinda do passado na escola e no senso comum e tudo mais.

Passando a uma introdução à química propriamente dita, busquei alguns vídeos que mostrem que não são só eles que sentem dificuldades nas definições e conceitos que se misturam a exemplos e muitos mitos formados e repassados de geração em geração.

Essa semana levei uma aula de uma professora de EAD do Sul do país para eles. Ela definia, mostrava enquetes em forma de entrevista a pessoas nas ruas, ela fazia pequenas demonstrações de fenômenos simples, como a combustão e dava muitos exemplos do que poderia vir a constituir a química.

Muitos, no início não se viam muito interessados, outros já desde o início já prestavam bastante atenção, outros perguntavam no meio do vídeo, e ao final debatíamos rapidamente.

Achei interessante em uma das minhas turmas algumas perguntas tais como:

“O petróleo vai acabar mesmo, professora?”, “O que é chuva ácida, como ela acontece?”, “A gente é feito mesmo de química?”, “Tudo tem química?”.

Eu expliquei uma questão por uma e pedi que eles sempre me trouxessem tais questões, quando surgissem.

Pedi uma pesquisa para eles e ao invés de deixá-los só copiar, imprimir e me entregar, pedi que trouxessem algo impresso, pois vamos juntos ver os aspectos importantes da história da química dentro do material que conseguirem em cada turma e o grupo, a turma construirá um trabalho sobre isso comigo orientando.

Sim, pois é assim que quero trabalhar. De forma colaborativa.

E é a partir disso que estou vendo que meu aluno se sente confortável em me questionar. Quero que meu aluno não tenha medo de perguntar, de querer saber, de ousar conhecer o que tem curiosidade.

Espero conseguir, afinal, buscar o caminho para ensinar química ouvindo meus alunos e produzindo a partir deles próprios o nosso material didático e cumprir os pontos do currículo mínimo.

Vamos caminhando juntos e com olhar em quem principalmente precisa do meu olhar: o aluno.

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Objetivo

Pesquisar sobre o que o aluno traz do senso comum e do Nível Fundamental sobre o conceito que construiu através dos anos anteriores ao do primeiro ano do Nível Médio do que é a química.

Introdução

No meu primeiro encontro com meus alunos de primeiro ano de nível médio pude debater de forma simplificada sobre o que poderia vir a ser a química.

A discussão foi interessante, pois alguns demonstraram curiosidades e desejos, tais como fazer pequenas experiências, entender alguns processos que podem ser explicados pela química no dia-a-dia.

Em determinado momento da aula, solicitei aos meus alunos de 6 turmas do primeiro ano da escola em que leciono pequenas redações que poderiam ser expressas como eles quisessem, ou seja através de palavras, desenhos ou outro tipo de lembrança qualquer, seja de música, do que lembravam que viram no Nível Fundamental com seus professores de ciências ou mesmo do senso comum, vindo de imprensa, jornais, revistas e do seu cotidiano, em família.

O resultado foi bastante interessante e trago abaixo, divididos em alguns grupos de acordo com a percepção dos alunos, alguns exemplos dessa atividade:

Breves

2014-03-07 11.57.53

2014-03-07 11.58.05

2014-03-07 12.00.31

2014-03-07 12.08.56

2014-03-07 12.12.28

Visuais

2014-03-07 12.13.59

2014-03-07 12.08.20

2014-03-07 12.07.57

2014-03-07 11.59.54

Mesclando Imagens e Texto

2014-03-07 12.04.00

2014-03-07 11.59.27

2014-03-07 12.00.03

2014-03-07 12.00.18

Textuais

Conceituais

2014-03-07 11.57.15

2014-03-07 12.04.17

2014-03-07 12.04.54

2014-03-07 12.16.48

Os que dão exemplos

2014-03-07 11.56.41

2014-03-07 11.57.32

2014-03-07 11.58.48

2014-03-07 12.16.10

2014-03-07 12.15.13

2014-03-07 12.15.01

2014-03-07 12.14.17

Os que têm alguma expectativa

2014-03-07 12.10.42

2014-03-07 12.10.00

2014-03-07 12.10.13

2014-03-07 12.17.30

2014-03-07 12.16.32

OBS.: Não me baseei na dificuldade de escrita deles, nos erros ortográficos, de pontuação ou mesmo da lógica de suas escritas, e sim me importei no conteúdo que muitos traziam até mesmo em signos não verbais e sim visuais de sua compreensão do que era o tema abordado.

Observações

Observou-se que:

1) Os alunos muitas vezes não sabem conceituar o que entendem por, mas sabem exemplificar, na maioria das vezes o que sabem;

2) Muitos alunos não conseguem expressar em palavras, não conseguem escrever, então preferem esquematizar, diagramar ou desenhar algo que exemplifique o que foi solicitado explicar;

3) A confusão entre ser uma matéria que dará continuidade a matéria de ciências e não que ela é uma das que era abordada sempre no Nível Fundamental, bem como a confusão entre biologia, física e outras ciências é explícita.

4) A imagem da química como a que as pessoas que fazem parte dela são amalucadas e as experiências são sempre coloridas e gerando gases ainda é presente em alguns textos.

5) A maioria das redações apresentou uma grande expectativa e esperança de aprender coisas novas e que possam explicar situações do cotidiano e uma maior e melhor compreensão do mundo a partir de um maior leque de conhecimento científico.

Conclusões

Pôde-se concluir através das leituras e observações acima destacadas que o aluno traz uma visão um pouco estereotipada do que é o cotidiano e da imagem do químico, ainda. A necessidade de interdisciplinariedade é nítida, pois esses alunos não separam, distinguem muito bem os limites entre as ciências físicas, químicas e biológicas, o que não é tão negativo, até porque no mundo as coisas ocorrem dessa forma, global. Apesar da dificuldade de expressar seus anseios, os alunos demonstram ter expectativas positivas quanto ao seu aprendizado e esperam usá-lo no seu cotidiano e acreditam que o mediador, ou seja, nesse caso, o professor é um elemento primordial na facilitação desse caminho para a ampliação do horizonte e olhar usando dos conhecimentos científicos que conquistaram desse momento em diante.

 

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Cristiana de Barcellos Passinato

Essa semana foi tão rica para mim pedagogicamente, apesar de uma semana já pré carnaval, consegui dar aulas para duas turmas na escola em que dou aula da rede estadual.

Meus alunos são adoráveis. Digo isso, pois os olhos fascinados com cada palavra que digo e até a agitação comum que lhes é característica da idade me faz a cada entrada em sala me sentir desafiada.

Estou introduzindo conceitos iniciais de química e eles respondem de forma muito natural, sincera e questionadora a tudo. E dentro dessas questões apresentadas que me inquieto junto a eles, pois muitas dessas perguntas surgidas ainda de forma desordenada e infantis, pois vieram do Nível Fundamental e muito ainda falta para que eles consigam organizar suas ânsias e realmente saberem até construir suas dúvidas e externa-las ao professor.

Ao falar de um panorama geral da história das ciências, da química, comecei a falar de filosofia, alquimia e acabei estimulando a um aluno e ele me indagou coisas do tipo: “Se somos provenientes de uma explosão, como tudo é tão bonito e organizado? Não tem Deus no meio disso tudo?”, “Se o universo é negro, porque o céu é azul ou cinza de dia?”, “Existe planeta quadrado, professora?”

Foram questões, mesmo pueris, desordenadas que surgiram em série e em uma velocidade incrível.

Estou pensando em analisar as redações de meus alunos que pedi sobre “O que para você é a química” e estudar o que eles trazem do Nível Fundamental e do senso comum com eles, pois vi algumas coisas muito interessantes no ponto de vista da investigação do processo deles de aprendizado.

Averiguei que há interesse, sim, mas eles acham a linguagem do professor muito distante da deles.

Já voltando e fechando esse parênteses, pensando no meu aluno das questões… Quero mais, quero todos os alunos como ele. Quero alunos inquietos e curiosos que me desafiem.

Eles podem ser carentes, não ter base, como muitos afirmam, mas eles têm curiosidade e querem aprender. Isso me deixou extremamente feliz, e assim começo meu ano letivo… Com alunos que querem “rápido aprender o que é essa tal de química para entender muita coisa do mundo e na minha vida”.

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